Na terça-feira (13), o presidente Lula afirmou que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) não precisaria mais continuar à guerra, pois seu governo implementará uma reforma agrária.

Vale ressaltar que a reforma agrária é uma política governamental que envolve a desapropriação, com ou sem indenização, de grandes latifúndios, especialmente os improdutivos, para redistribuir a terra a famílias que não possuem propriedades.

Para os opositores dessa medida, o movimento vai de encontro ao direito à propriedade privada e é associado a práticas de nações socialistas. As declarações de Lula ocorreram após uma onda de invasões realizadas pelo MST, que chegou a ocupar uma área da Embrapa, uma das principais empresas estatais de pesquisa no setor agrícola. A reforma agrária é uma pauta central do grupo e aparentemente interessa ao Partido Comunista Chinês.

Em números, foram registradas 56 ações do MST nos primeiros quatro meses de governo, o que representa um aumento de 143% em relação a 2022.

Lula afirmou que solicitou um levantamento de todas as terras do país que podem ser utilizadas para a reforma agrária. Garantindo que não será necessário invadir terras, o presidente assegurou que a medida será integrada com tranquilidade.

Apesar de alguns atritos recentes, o presidente destacou que não existem problemas sanitários entre seu governo e o setor agropecuário e que, caso o problema seja ideológico, ele está disposto a aceitá-lo.

O pronunciamento foi feito durante sua primeira transmissão ao vivo ("ao vivo") desde que assumiu a carga. Intitulada "Conversa com o presidente", a transmitida automatizada todas as terças-feiras, com a presença de Marcos Uchôa, ex-profissional da Rede Globo.

Enquanto era presidente, Bolsonaro costumava realizar o controle ao vivo em seu celular, em um cenário improvisado, nas quintas-feiras. Por sua vez, Lula optou por um formato profissional, semelhante a um podcast de entrevistas.

Em relação ao alcance, a live de Lula teve 217 mil visualizações e um pico de 10 mil espectadores. Esses números ficam abaixo da média das pessoas que podem ser de Bolsonaro e abaixo da média de audiência do próprio Lula em 2022.